sexta-feira, 25 de março de 2011

O novo e o velho

19/09/2010
Nova campanha da Louis Vuitton. A década de 50 na moda atual  (tendência ladylike).
Eu sempre gostei de peças antigas, seja no vestuário ou na decoração da casa. Toda tendência antiga tem uma história e até uma “personalidade”, digamos assim. Cada década tem sua marca registrada, seja por um acontecimento importante da história ou pela simples evolução das pessoas e da forma delas pensarem, agirem e se vestirem. As influências das últimas décadas estão cada vez mais presentes nas novas coleções e fica difícil não se render a elas.

O cabelo "largadão", os tecidos soltos, estampados e os acessórios de Janes Joplin ainda são tendência e forma de estilo até hoje.
O estilo feminino e glamoroso da década de 50 foi marcado pelo “New look” de Christian Dior que surgiu logo após a Segunda Guerra (ícones de beleza e estilo daquela década: Grace Kelly e Audrey Hepburn). Dior trouxe para o vestuário da época, muito glamour e sofisticação, com muitas peles e jóias. A década de 60 foi o começo de uma geração pós-guerra e de uma nova visão sobre estilo e comportamento. Com o estouro do Rock and roll e de Elvis Presley, as influências nunca mais seriam as mesmas (o rosto da época era o da atriz Twiggy: magérrima, com olhos grandes e cabelos curtíssimos). Já a década de 70 foi “delineada” pela juventude “paz e amor”, pela extravagância das roupas, cabelos, cores, saltos e dos jovens com estilo hippie, deitados na grama no Festival de Woodstock. O seriado “As panteras” era sucesso na época e a atriz Farrah Fawcett, que atuava na série, tinha o cabelo copiado por todas as mulheres. Na década de 80 ocorreu o “boom” do consumismo, das grandes grifes e suas “logos” estampadas para quem quisesse ver, do jeans para todos os momentos e de muita extravagância e luxo para se ostentar. Madonna “estourava” nessa época, mudando o conceito de tudo que todos já tinham visto até aquela década. Os anos 90 combinam com jeans colorido de cós alto, vestidos longos e segunda pele. Foram os anos das top models (Kate Moss, Naomi Campbell, Cindy Crawford...) e do filme “Uma linda mulher”, que lançou a atriz Julia Roberts em Hollyood, no papel da protagonista (também foram marcados pela série americana, “Barrados no Baile”, que era sucesso entre os jovens da época).

Ícones da década de 50 e 60: Audrey Hepburn, Grace Kelly e Twiggy.

Anos 70, 80 e 90: Farrah Fawcett, Madonna e Julia Roberts.
Todas essas décadas deixaram de presente para nós alguns comportamentos, inspirações e figurinos que muita gente ainda é fã e “carrega” até hoje como um estilo próprio. Isso influenciou o cenário inteiro da moda. As novas tendências tiradas do passado se fundem ao clássico e moderno, criando estilos diferenciados sem perder a elegância e o charme que o “antigo” sempre vai ter.


Essa “salada” de tendências, novas e antigas só poderia criar mais confusão na cabeça das mulheres que ainda procuram um estilo pra chamar de “só meu”. Se é folk, hippie, vintage, étnico, ladylike, setentinha, boho chic, eu não sei. Só sei que agora é hora de você escolher qual que combina melhor com o estilo do seu dia a dia.


Todos esses estilos têm uma relação com o passado. E alguns deles são bastante parecidos por terem as mesmas inspirações. O folk vem de povos, do folclore, do rústico misturado ao romântico com um “toque” hippie e “setetinha”. Roupas com franjas (com traços dos índios americanos), couros envelhecidos, tecidos rústicos, florais liberty, batinhas, estampas “hipongas”, rasteiras ou botas (estilo cowboy) e muitos tons de terra, como, marrom, nude, ferrugem e cores semelhantes.


Falando em coisas antigas, o vintage é a tendência que representa melhor a volta do passado aos dias atuais, já que resgata as peças que foram usadas por outras pessoas ou não, em outras épocas. Vendidas normalmente em brechós, restauradas ou customizadas, as peças vintage são bastante comuns nos outros países. Não é costume das pessoas de nossa cidade comprar em brechós e acho esse pensamento até “quadrado” demais, já que nos países europeus as pessoas fazem isso desde a década de 60 e 70 até hoje. Quem nunca fez uma visita a um brechó pode se surpreender com a quantidade de lindas peças “retrôs” e até super “em alta” que podemos encontrar numa loja como essa. A atriz Angelina Jolie já compareceu ao red carpet de um evento com um pretinho básico de brechó.


Gostou do estilo folk e do vintage? Das estampas e misturas? Você vai gostar ainda mais do étnico. Faça uma “receita” colorida com as estampas do Japão, da China, Índia e África, acrescente um toque do passado e uma pitada do contemporâneo e está pronto o seu figurino étnico. Os tecidos rústicos, as estampas de bichos e materiais naturais são tendências da África. Mandalas, estampas com dragões, o vermelho, as sandálias rasteiras e as sapatilhas são da China e do Japão. Da Índia, o étnico trouxe os tons fortes como o roxo, rosa, amarelo, os brilhos, bordados e as transparências.


A década de 40 também anda influenciando a moda atual e uma tendência em especial que é a ladylike. Cinturinhas marcadas, o estilo romântico, silhuetas mais femininas e o glamour da época estão super presentes nas passarelas e ruas do mundo inteiro. Laços, babados, colares de pérolas, fitas no cabelo e sapatos de mocinhas - tendência do sapatinho de “boneca” - é fácil se render a um look tão clássico e chic.


Já viu quase todos os estilos? Pois bem, por último vamos ver o que mistura todos os anteriores, acrescentando o estilo próprio e a personalidade, transformando na tendência boho chic.  O boho surgiu na Inglaterra em 2003, do nome “Bohemian Look Chic”, pela mistura de roupas de grifes, as de lojas populares e de brechós. Essa mistura com toques pessoais tem tudo a ver com a moda atual.


Porque como a influência do passado nas tendências, a moda nunca para.

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